Foto: Leandro Boeira / Avaí F.C.
O
ntem (2) fiz um tuíte (atual X) sobre a questão do ginásio do rival e sobre a Recuperação Judicial (RJ). Os leitores têm me perguntado por que a RJ do Avaí deu tão certo e a do Figueirense tão errado. Revisitei algumas informações na própria internet que podem nos ajudar a entender algumas diferenças e também explicar ao torcedor avaiano nossa situação:
O TAMANHO DA DÍVIDA
A dívida do Avaí é inferior à dívida do Figueirense. Durante os últimos anos o Avaí vinha pagando suas dívidas com diversos atos promovidos pelo clube, dentre eles um grande ato concentrado de execuções realizado na Justiça do Trabalho. Enquanto a dívida do Leão beirava os R$ 100 milhões, a do Figueirense já era praticamente o dobro, mais de R$200 milhões e não se tem notícia de que tenham sido realizados pagamentos relevantes.
O PATRIMÔNIO
Para fazer sua Recuperação Judicial o Avaí não envolveu nada do seu patrimônio imobiliário. Já o Figueirense entregou tudo o que tinha (Orlando Scarpelli) e ainda tenta utilizar um imóvel que pertence ao Município. Ainda assim, na RJ do Avaí não houve perda patrimonial. Na RJ do Figueirense TODO o patrimônio do clube foi colocado à disposição de um Fundo que teria emprestado cerca de R$70 milhões. Isso significa dizer que o Figueirense (Estádio, Clube e Ginásio foram vendidos por 70 milhões, que ainda não foram pagos).
FALTA DE IDENTIDADE
Mesmo com todas as correntes políticas, o Avaí ainda é um time em que os torcedores e conselheiros participam ativamente. As figuras históricas não se afastam e participam das decisões e dos encaminhamentos. No Figueirense não há identidade, só negócios. Foram sucessivos os presidentes e dirigentes que sequer tem vínculos com o clube ou com a cidade, sendo que o controle do clube ja passou de mão em mão várias vezes e hoje, quando perguntados, os torcedores mal sabem o nome do seu presidente. Qual deles? Da SAF, da Associação? Da LTDA?, da SPE? da SA
ASSEMBLEIA DE CREDORES
A recuperação judicial do Avaí foi aprovada na primeira assembleia de credores. A recuperação judicial do Figueirense foi marcada por sucessivas assembleias, todas muito tumultuadas e que culminou com uma aprovação contestada por muitos credores e a divisão das RJs, entre Associação e LTDA.
PERCURSO CONTURBADO
Na Recuperação Judicial do Avaí o processo foi o mesmo do início ao fim. Não houve pedidos de falência e nem penalidades, como por exemplo, o Transfer Ban. A partir do início do processo a folha de salários foi colocada em dia. No Figueirense a rolagem da dívida iniciou há muitos anos, com um conturbado processo que chegou a culminar com um histórico W.O. no campeonato brasileiro.
Mais tarde, propôs uma “Recuperação Extrajudicial” que foi até anulada pela Justiça! Neste periodo o Figueirense também foi punido pela FIFA com um TRANSFER BAN e, depois de uma nova recuperação judicial, os torcedores são surpreendidos com vários pedidos de falência contra o clube.