sexta-feira, 18 de julho de 2025
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Presidente do Avaí admite atraso salarial e diz confiar em reação do clube: “Vamos buscar o acesso”

por Redação

Foto: Leandro Boeira/Avaí F.C.

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m entrevista coletiva realizada na manhã desta quarta-feira (16), na Ressacada, o presidente do Avaí, Júlio César Heerdt, abordou com transparência a atual situação financeira do clube, admitiu atrasos salariais e reafirmou a confiança no elenco e na comissão técnica para a sequência da Série B. A coletiva veio após a derrota para o Athletic, fora de casa, na última segunda-feira (14), resultado que tirou o Leão do G4 da competição.

“É uma derrota muito dolorida para nós”, iniciou o presidente. “Mas assim como eu estou indignado, toda a comissão técnica, todo o staff do futebol e os atletas também ficaram indignados, porque esse time tem mostrado qualidades ao longo do campeonato que não se refletiram exatamente naquele dia.”

Heerdt confirmou que há salários atrasados, tanto na CLT quanto nos direitos de imagem, situação que já vinha ocorrendo de forma pontual nos últimos meses. “Nós estamos com, hoje, dia 16, 21 dias atrasados em parte da CLT e integralmente na questão das imagens dos atletas”, explicou. Ele garantiu, no entanto, que a previsão é de regularizar os pagamentos até o dia 31 de julho, com a entrada de recursos provenientes dos direitos de transmissão.

Apesar do cenário delicado, o dirigente fez questão de rechaçar qualquer associação direta entre os atrasos e o desempenho em campo. “Se alguém está querendo atrelar o resultado do último jogo à questão de atraso salarial, faça esse vínculo com todos os últimos jogos que o Avaí teve”, afirmou. “Tenho plena confiança nos nossos atletas, na nossa comissão técnica e no nosso staff. Nós vamos buscar o acesso.”

Déficit contábil e recomposição de receitas

Heerdt também comentou o déficit de R$ 17 milhões divulgado no balanço do primeiro trimestre. Segundo ele, trata-se de um número contábil, impactado por fatores como depreciação e sazonalidade do calendário estadual, e que não representa uma crise financeira estrutural. “Todos os salários e compromissos assumidos no primeiro trimestre foram quitados”, assegurou.

Sobre a recompra de parte dos direitos da Liga Forte União (LFU), o presidente explicou que foi uma decisão estratégica. O Avaí havia vendido 20% de seus direitos de transmissão, mas recomprou 5%. “Mesmo que não tenha sido um bom negócio para essa gestão, foi uma decisão institucional pensando nas futuras receitas do clube.”

Elenco engajado e janela de transferências

Questionado sobre o impacto dos atrasos na janela de transferências, Heerdt reconheceu que a situação não favorece o Avaí na disputa por reforços. Porém, assegurou que o grupo de jogadores tem demonstrado comprometimento. “Tenho ouvido que talvez tenhamos perdido uma partida porque os caras tiraram o pé porque estão insatisfeitos. Isso não é verdade”, afirmou. “Eles confiam em mim para resolver o problema de atraso de salários, e eu confio nos atletas para que dentro de campo eles consigam vencer as adversidades.”

O dirigente ainda desmentiu boatos de que o elenco teria cogitado não entrar em campo na próxima rodada. “Essa informação não procede. Os atletas estão cientes da situação e embuídos no objetivo do acesso.”

Reformulação e saídas no departamento de futebol

Durante a entrevista, Júlio Heerdt também comentou as recentes saídas de profissionais da comissão técnica e do departamento de mercado, como o ex-treinador do Sub-20 Felipe, contratado pelo Internacional. “É um desafio, sim, reter profissionais. Mas também é sinal de que estamos contratando bem. Eles estão sendo valorizados porque estão fazendo um bom trabalho aqui.”

Sobre o novo executivo de futebol, Roberto, que substitui Freeland, o presidente disse que a adaptação está em andamento e elogiou a presença dele no dia a dia. “Tem características diferentes do Freeland, mas também qualidades importantes. Cabe a nós entender esse novo momento.”

Expectativa por receitas futuras

Por fim, Heerdt revelou que o clube aguarda valores referentes a negociações de jogadores formados na base, como o zagueiro Felipe Silva, vendido pelo Gil Vicente ao Porto. “Acionamos nossos mecanismos para entender o que cabe ao Avaí”, disse. Ele também afirmou que o clube ainda tem valores a receber da negociação do lateral Guga, do Atlético-MG para o Fluminense.

Apesar das dificuldades, o presidente manteve um discurso de otimismo e convocou o torcedor a seguir apoiando: “Se a torcida do Avaí entender isso, pegar junto, ninguém para esse time.”

Veja a coletiva na íntegra:


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