Fotos: Raphael Felini
O
volante Judson, um dos nomes mais identificados com o Avaí na última década, participou de uma entrevista especial no programa Isto É Avaí, nesta quinta-feira (1), e falou pela primeira vez após sua saída do clube. Com duas passagens marcantes pela equipe da Ressacada, o jogador revelou bastidores da carreira, momentos emocionantes com colegas e abriu o coração sobre sua despedida.
Início no futebol e chegada ao Avaí
Natural de Arez (RN), Judson contou como iniciou a carreira no futsal e depois migrou para o campo, destacando a importância dos pais, especialmente da mãe, que insistiu para que ele concluísse os estudos antes de apostar totalmente na vida profissional. A chegada ao Avaí aconteceu em 2016, após boa passagem pelo América-RN. Segundo ele, o contato foi feito por Raul Cabral, técnico interino à época.
Judson relembrou o início conturbado em Florianópolis, com uma pubalgia que o afastou por mais de dois meses: “Fiquei 64 dias fora. Tudo que eu queria era poder jogar, porque era uma oportunidade única”, lembrou.
Após se recuperar, integrou o elenco que conquistou o acesso à Série A em 2016. “Foi uma sensação maravilhosa e uma sensação única assim que é marcante demais”, declarou. Emocionado, também revelou que, na época, passou dificuldades financeiras oriundas de salários atrasados e foi ajudado por companheiros como João Filipe: “Eu não passei fome por causa do João Filipe”, revelou.
Histórias marcantes e ídolos no clube
O volante recordou momentos especiais ao lado de ídolos do clube, como Marquinhos Santos e Betão. “Ele me encorajava muito dentro de campo. Era uma honra poder jogar ao lado dele”, disse sobre Marquinhos. Com Betão, a relação foi ainda além dos gramados. “Ele foi importante em muitos processos que eu tive, tanto dentro de campo como fora dele”, relatou, mencionando um episódio delicado envolvendo o falecimento de sua sogra, em que foi amparado pelo ex-zagueiro.
Série A e reconhecimento
A temporada de 2017 foi um marco pessoal para Judson. O volante destacou a emoção de disputar sua única Série A no futebol brasileiro: “Foi muito especial e muito gratificante mesmo poder ter jogado aquela primeira Série A pelo Avaí”. Entre os jogos mais marcantes, citou a vitória sobre o Grêmio na Arena: “O Douglas zerou o Cartola naquele dia. Foi algo surreal”, se referindo ao aplicativo Cartola FC, que atribui notas aos jogadores conforme seu desempenho.
Acesso de 2018 e despedida
Judson foi peça importante também na campanha do acesso em 2018, com o técnico Geninho. Ele destacou a experiência e a serenidade do comandante: “Ele sabia os caminhos de como conquistar um acesso”. O jogo final contra a Ponte Preta foi um dos mais tensos da carreira: “Coração a milhão. Qualquer vacilo nosso podia custar nosso acesso”. O jogo terminou em 0 x 0 e o Leão subiu de divisão.
Logo após o acesso, Judson se transferiu para o futebol dos Estados Unidos, onde atuou por cinco temporadas no San José Earthquakes.
Retorno e título catarinense
Na volta ao Avaí, Judson conquistou o título estadual de 2023, seu único com a camisa do Leão. Apesar de ter encerrado o ciclo recentemente, com o fim de seu contrato em 30 de abril, afirmou sair com gratidão: “O título fez com que eu tivesse essa paz no meu coração, cabeça erguida”. Foram 159 jogos pelo Avaí com dois gols marcados.
Em tom de despedida, Judson agradeceu o carinho da torcida e garantiu que seguirá acompanhando o clube: “Sou muito grato ao Avaí. Foi aqui que eu cresci como jogador e como homem. Levo o clube no coração”, finalizou.
Veja a entrevista completa:
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